sábado, 25 de agosto de 2012


Quanto mais verde, melhor


O Eldorado Business Tower é um imponente edifício de 32 andares que se destaca na paisagem da marginal Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Por estar afastado do conjunto de espigões da avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na zona sul da cidade, ele parece não ter concorrentes à altura. E, em certo sentido, não tem mesmo. O empreendimento é o primeiro – e, até o momento, o único – no Brasil que obteve a certificação platina, categoria máxima da Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), o principal selo de construção sustentável do mundo. Ao todo, apenas 44 prédios corporativos no mundo pertencem à categoria platina do selo verde emitido pelo Green Building Council (GBC). A pedido de EXAME, o GBC Brasil fez um ranking dos cinco prédios mais verdes do país. Além do Eldorado Business Tower, completam a lista o Eco Berrini, o Rochaverá Corporate Tower, o WTorre Nações Unidas e o WTorre JK.
Vistos de fora, esses prédios verdes não dão a dimensão exata do que têm de diferente – mas trazem, dentro de si, uma série de características inovadoras. Quando chove, o Eldorado Business Tower – que tem inquilinos como Gerdau, Odebrecht e General Electric – retém 25% da água que iria parar no rio Pinheiros, reduzindo o risco de alagamentos na vizinhança. A água captada pelo prédio é reaproveitada na irrigação dos jardins e nos vasos sanitários. Os elevadores possuem um mecanismo que recupera energia elétrica durante as descidas. Os vidros de alto desempenho permitem a entrada de 75% da luz solar no edifício e, ao mesmo tempo, deixam 72% do calor do lado de fora. Esse material especial representou um custo adicional de 2,5 milhões de reais para a obra, mas permitiu redimensionar o sistema de refrigeração, gerando uma economia de 4,5 milhões de reais na compra do ar-condicionado.
O Eco Berrini, uma torre de 32 andares, de propriedade do fundo de pensão Previ e alugado para a Telefônica, é mais um prédio que, à primeira vista, se parece com tantos outros edifícios modernos de São Paulo. Mas é uma das primeiras construções na cidade que, desde sua concepção, foi planejada para obter a certificação Leed. Sua fachada é toda envidraçada, o que garante a excelente luminosidade e reduz o consumo de energia. Para evitar a entrada excessiva de calor, a solução foi dividir as janelas que vão do chão ao teto do pavimento em três partes – as janelas superior e inferior, com vidros especiais, retêm mais calor.Um edifício verde precisa ser sustentável desde seus primeiros dias de vida, reduzindo os transtornos na vida da cidade, como a quantidade de poeira, o trânsito intenso de caminhões e o barulho na fase de construção.
Por Pedro Augusto.

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